terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Duelo

Os punhos alcançam a face do oponente.
Os pés de apoio sustentam
Neste tenso desequilíbrio
De forças antagônicas.

Os poros deixam vazar gotículas milhares de suor
Amontoadas uma a uma
Qual um caldo brilhante
Lubrificando
E por lubrificar, dificultando o atrito das peles,
Prologando mais a luta.

O chão roja pela pele
Escalavrando a áspera tez
Esculpindo nela inquieta dor.

Um tateia sobre o dorso do rival
Onde fincar as unhas.
Espesso e rubro visgo
Vaza feito rio
Tingindo os lutadores.

Ora um permite sua face bater,
Ora outro cede ao enfado das horas

Espírito e carne, dois duelistas.

Quem é o perdedor?
De quem é a vitória?
Esse combate vai além do sol se pôr

Essa guerra infinda
Dura o resto da vida.

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