terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Meu Anjo

Há quem afirme avistar anjos.
“Querubins são fantásticos!” - vos diria Ezequiel.
Um punhado de homens avistara somente um resplendor da Glória;
Outros tantos, sequer viram algo.
(embora sabe-se de anjos simulando nosso corpo de barro
como avistou Abraão)

Eles são servos, nisto se traduz seus nomes,
vêm à terra oferecer seus trabalhos
a fim de honrar O Altíssimo.

Um desses anjos, enfurecido, exterminou exércitos,
o mesmo (talvez) que derramou as Taças da Ira.
Outro deles confortou o Filho no Getsêmani
às vésperas da cruz.

Um anjo resolveu entre nós viver;
Tão apaixonado por ser humano
lançou-se das alturas para a terra
a fim de experimentar a vida dos mortais
(a dura vida dos mortais)

Eu sei onde este anjo está!
Os anjos são fracos em se disfarçar,
seus corações logo os revelam:
Corações grandes, extremos altruístas,
neles cabem muitos e muitos amigos
e muitos mais são acrescentados
porquanto o amor estende ainda mais esses corações.

Seu olhar atencioso, para de presto ajudar
denuncia seu aprendizado com o Deus Protetor,
pois somente Ele leciona o cuidado
somado à paciência inextinguível,
a servidão humilde, o desejo benevolente de contribuir,
tudo isso com um sorriso de gratidão
que faz a vez da auréola e a cintilância que tenta disfarçar.

Talvez os cabelos de Cristo
também foram afagados por esse anjo
enquanto pranteava pelo Jardim.
Quem sabe também não seja o mesmo
que dos céus olhava por Israel no deserto?

Reconheço estar sendo guardado por esse anjo
imerecidamente.
Anjo que é o mesmo que uma mãe,
preocupa-se, cuida com um amor constrangedor;
Como uma amiga, abro a ela o livro da minha vida,
descanso em nossas conversas o feixe de desapontamentos
e ouço mais que palavras: conselhos;
Irmã de sangue
(não o sangue corendo em nossas veias, mas o de Cristo),
Compartilhamos a infindável riqueza espiritual,
esperando os portões do céu abrirem
ao som de nossos nomes chamados.

Minha mãe, minha tia, minha irmã, minha amiga, meu anjo.

Nenhum comentário: